O livro Normal People, da escritora irlandesa Sally Rooney, tornou-se um fenômeno mundial a ponto de alçar a autora ao posto de “voz da geração millennial” e também ganhar uma série, produzida pelo serviço de streaming Hulu.
Pois bem, por indicação da Felipa (do ig Lendo & Sonhando), que estava lendo o livro, fui atrás da série. Aqui no Brasil, está disponível na plataforma Starz Play. Aproveitei o feriadão de 7 de setembro e fui ver qual era a da série que, assim como o livro, tornou-se fenômeno mundial.
Aí, quando dei o play no primeiro capítulo, na primeira cena, vi que estava perdida. A história é exatamente fiel ao título: retrata a vida de pessoas normais. No caso, Marianne e Connel. A premissa é basicamente simples: eles se conhecem ainda na escola, se apaixonam e têm muitos desencontros até a vida adulta – a saída da faculdade.
Sim, parece clichê, mas o grande pulo do gato está em como a produção amarra as vidas desses personagens e nos faz sentir dentro da cabeça deles. A fotografia belíssima e crua, nos faz sentir quase voyeurs da intimidade de um casal tão jovem, tão sensível e tão frágil.
Marianne e Connel são retratos dos jovens do século XXI, num mundo em constante mutação, eles também lutam para construir e até mesmo descobrir as próprias identidades.
Vamos acompanhando, ao longo da jornada dos protagonistas, suas transformações, seu crescimento, seus medos e desejos, de uma forma nem sempre bonita, muitas vezes dolorosa, mas por isso mesmo tão intensa e tão real.
A grande poesia de Normal People não está em ações grandiloquentes, em reviravoltas ou grandes dramas. A beleza da série está em narrar o universo particular que cada uma dessas pessoas normais (nós) tem dentro de si.
Ao gerar uma identificação com sentimentos que todos temos (angústia, não pertencimento, solidão, tristeza, euforia do primeiro amor) Normal People acerta ao apostar na profundidade do que, em pleno século XXI, ainda é, parafraseando Nietzsche, humano, demasiado humano.
Enfim, eu estou apaixonada por essa história tão visceral e tão contemporânea. Vejam! E agora eu já comprei o livro no meu Kindle e vou ler, pois, preciso de mais Marianne e Connel. Preparem os lencinhos e o coração e se joguem nessa jornada intensa e apaixonante.
